sábado, 13 de agosto de 2016

Homem Invisível (+18)

     Em uma manhã chuvosa ele levantou e vestiu-se com roupas surradas da lavagem com sabão barato que antes eram pretas mas agora são acinzentadas. Vestiu sua botina de segunda mão, tomou seu café melado e comeu seu último pão seco.
     Colocou seu capuz e não foi apenas pela garoa chata e o vento cortante que transpassava seu moletom, mas para que as pessoas não o vissem, na verdade nunca viram. Sempre caminhou por entre prédios e ruas por sóis e chuvas.
     Parou em um beco, sentou-se no chão, perdeu horas ali apenas pensando no próximo passo. A certo momento seus olhos traduziram sua tristeza e derramaram gotas que confundiram-se com a chuva.
     O tempo escurecia mas sua alma enchia-se de alegria, o momento estava chegando.
     A moça, sim! A moça de cabelos negros e longos com cachos doces apenas nas pontas... Ah! Sim... Cabelo de anjo que deixou de ser anjo, seus olhos grandes que de tão azuis parecem cinzas, ah! Aquela moça que espero há semanas, sobre a qual sei tudo, aí vem ela... Molhada, gostosa, com seus peitos saltando da blusa branca transparente e a calça colada na raba, que tesão! Meu deus que tesão!
     É hoje, hoje é o dia! 
     Sacou a faca, encurralou-a no beco, os gritos eram abafados pelo seu beijo. Sua roupa rasgava-se a cada tentativa de fuga... Foi ali... Ali mesmo que comi aquela puta, puxei seus cabelos e mordi seus peitos até sangrarem, a enforquei enquanto chorava, meti enquanto se debatia e implorava, o sangue escorreu pelo meu pau. Fiquei puto e então furei sua barriga, ah meu deus que vadia... Que vadia, me fez gozar duas vezes. 
     Levantou-se e limpou seu pênis com os restos da blusa da moça ergueu suas calças e seguiu seu caminho. Conheceu um novo amor. Vestiu-se com roupas cinzentas. Esperou que seu dia se colorisse no beco. Pois ninguém o via, ninguém nunca o viu.

Anna Steps

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